XLII – diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos;

Tradução Jurídica

O diálogo competitivo é uma modalidade de licitação regulamentada pela Lei nº 14.133/2021, criada para situações em que a Administração Pública necessita de soluções inovadoras ou complexas para problemas que não podem ser resolvidos com especificações previamente definidas.

Nessa modalidade:

  1. A Administração realiza diálogos com licitantes previamente selecionados, com base em critérios objetivos definidos no edital.
  2. O objetivo é desenvolver alternativas que atendam às necessidades públicas.
  3. Após o encerramento dos diálogos, os licitantes apresentam uma proposta final, que será avaliada conforme os critérios do edital.

Quando é Usado o Diálogo Competitivo?

Essa modalidade é indicada para:

  1. Contratações Complexas: Obras, serviços ou compras que demandam inovação ou soluções personalizadas.
    • Exemplo: Construção de um sistema de transporte público integrado com tecnologia inovadora.
  2. Soluções Não Previamente Definidas: Quando a Administração não tem clareza total da solução técnica necessária.
    • Exemplo: Implementação de um sistema de gestão inteligente para cidades (smart cities).
  3. Propostas Técnicas ou Metodológicas Personalizadas: Para garantir que a solução final seja a mais adequada.

Etapas do Diálogo Competitivo

  1. Publicação do Edital:
    • O edital estabelece os critérios objetivos para a seleção dos participantes e as regras do diálogo.
  2. Seleção de Licitantes:
    • Os interessados são avaliados e classificados com base nos critérios de habilitação e qualificação técnica previstos no edital.
  3. Fase de Diálogo:
    • A Administração dialoga com os licitantes selecionados para compreender melhor as alternativas possíveis e desenvolver soluções que atendam às suas necessidades.
    • Essa fase é iterativa, ou seja, ocorre em rodadas de discussões até que a Administração esteja satisfeita com as opções propostas.
  4. Encerramento do Diálogo:
    • Concluídas as discussões, a Administração define as especificações finais da contratação.
  5. Proposta Final:
    • Os licitantes apresentam propostas finais com base nas soluções discutidas.
  6. Julgamento e Contratação:
    • A proposta mais vantajosa é selecionada com base nos critérios do edital, e o contrato é firmado.

Exemplo: Imagine que uma prefeitura deseja implementar um sistema de energia limpa e autossustentável para suas instalações públicas, mas não tem clareza sobre a tecnologia ou a solução mais viável (solar, eólica, ou outra combinação).

  1. Lançamento do Edital:
    • A prefeitura publica o edital convidando empresas que possuem expertise em soluções de energia limpa.
  2. Seleção dos Licitantes:
    • Após análise técnica, cinco empresas são selecionadas para o diálogo competitivo.
  3. Diálogo:
    • As empresas apresentam alternativas e discutem suas propostas com a prefeitura, explorando os custos, os benefícios, e os desafios de cada solução.
  4. Definição da Solução:
    • Com base no diálogo, a prefeitura define que a melhor alternativa é uma combinação de painéis solares e turbinas eólicas com sistema de armazenamento em baterias.
  5. Propostas Finais:
    • As empresas apresentam suas propostas finais com base na solução definida.
  6. Julgamento e Contratação:
    • A empresa que ofereceu a proposta mais vantajosa em termos de custo, viabilidade e prazo é contratada para implementar o sistema.

Dicas 

  1. Foque no Ineditismo do Diálogo Competitivo:
    • Diferente de outras modalidades, o diálogo competitivo é usado quando não há solução previamente definida.
  2. Palavra-Chave: Complexidade:
    • Sempre associe o diálogo competitivo à ideia de complexidade e inovação.
  3. Estude as Etapas do Processo:
    • Saiba que ele possui uma fase de diálogo (exploratória) antes da apresentação da proposta final.
  4. Critérios de Seleção:
    • Decore que os licitantes são escolhidos com base em critérios objetivos definidos no edital.
  5. Evite Confundir com Outras Modalidades:
    • Concorrência: Possui objeto definido e não prevê diálogo.
    • Pregão: Para bens e serviços comuns, sem necessidade de solução inovadora.

Legislação Correlata

  • Art. 28 da Lei nº 14.133/2021: Dispõe sobre o diálogo competitivo.
  • Art. 6, inciso XLII, da Lei nº 14.133/2021: Define o diálogo competitivo.

Resumo: O diálogo competitivo é uma modalidade licitatória para contratações inovadoras e complexas, onde a solução não está previamente definida. Ele permite que a Administração e os licitantes dialoguem para desenvolver alternativas viáveis antes da apresentação de propostas finais. É regido pela Lei nº 14.133/2021, sendo uma ferramenta fundamental para projetos que exigem criatividade e flexibilidade na sua execução.

Questões

Advogada Mariana Diniz

XLI – pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto;

Tradução Jurídica

O pregão é uma modalidade de licitação prevista na Lei nº 14.133/2021 e também regulamentada pela Lei nº 10.520/2002 (específica para pregão), sendo a modalidade obrigatória para a aquisição de bens e serviços comuns. O objetivo é garantir maior agilidade e competitividade na contratação pública.

O critério de julgamento no pregão pode ser:

  • Menor preço: Vence o licitante que apresentar a proposta mais vantajosa pelo menor valor.
  • Maior desconto: Utilizado quando o objeto permite cotações com base em preços referenciados ou tabelados.

Características do Pregão

  1. Bens e Serviços Comuns:
    • Comuns são aqueles cujas especificações podem ser claramente descritas no edital e que não requerem uma avaliação subjetiva, como materiais de escritório, veículos padronizados, ou serviços como limpeza e segurança.
  2. Modalidade Obrigatória:
    • Desde a Lei nº 14.133/2021, o pregão tornou-se obrigatório para aquisição de bens e serviços comuns.
  3. Critérios de Julgamento:
    • Menor Preço: Bastante usado para aquisição de bens como equipamentos ou mobiliário.
    • Maior Desconto: Aplicável, por exemplo, para contratação de serviços em que os preços estão vinculados a tabelas públicas, como serviços de saúde com base na tabela SUS.
  4. Fases do Pregão:
    • Proposta e Lance: Os participantes apresentam suas propostas iniciais, e o pregoeiro promove lances sucessivos para obter a melhor oferta.
    • Habilitação: Após a escolha da melhor proposta, o vencedor deve comprovar que atende aos requisitos do edital.
    • Adjudicação e Homologação: Concluído o processo, o objeto é adjudicado ao vencedor e homologado pela autoridade competente.
  5. Meio de Realização:
    • Presencial: Realizado fisicamente, com a presença dos licitantes e do pregoeiro.
    • Eletrônico: Realizado pela internet, facilitando a participação de licitantes de diferentes regiões.

Exemplo: Imagine que um órgão público precise adquirir 500 cadeiras para suas unidades administrativas. As especificações incluem material, design e dimensões, e é possível descrevê-las com clareza no edital.

  1. Edital de Pregão:
    • Publicado com todos os detalhes das cadeiras e o critério de julgamento (menor preço).
  2. Sessão de Pregão:
    • Os fornecedores interessados apresentam suas propostas iniciais.
    • O pregoeiro abre a fase de lances, permitindo que os licitantes reduzam seus preços.
    • Após a rodada de lances, o menor preço é oferecido por uma empresa, que é declarada vencedora.
  3. Habilitação e Contratação:
    • A empresa vencedora comprova que atende às exigências do edital (certidões, capacidade técnica, etc.).
    • O contrato é assinado, e as cadeiras são entregues ao órgão público.

Dicas 

  1. Lembre-se do Objeto do Pregão:
    • Pregão é usado para bens e serviços comuns, ou seja, aqueles que podem ser descritos de forma objetiva.
    • Não se aplica para serviços de natureza intelectual, como consultorias ou projetos complexos.
  2. Diferença entre Modalidades:
    • Concorrência: Usada para obras e serviços de maior vulto.
    • Pregão: Simplicidade e agilidade para bens e serviços comuns.
  3. Menor Preço ou Maior Desconto:
    • Decore que o pregão não usa critérios como “técnica e preço” ou “melhor técnica”.
  4. Pregão Eletrônico é Prioritário:
    • A Lei nº 14.133/2021 prioriza o pregão eletrônico, garantindo mais transparência e competitividade.
  5. Estude a Lei nº 10.520/2002:
    • Questões de concurso podem pedir a legislação complementar sobre pregão.

Legislação Correlata

  1. Art. 6, inciso XLI, da Lei nº 14.133/2021: Define o pregão.
  2. Lei nº 10.520/2002: Regula o pregão no âmbito da Administração Pública.
  3. Decreto nº 10.024/2019: Dispõe sobre o pregão eletrônico.

Resumo: O pregão é uma modalidade obrigatória e ágil, destinada à aquisição de bens e serviços comuns, com julgamento por menor preço ou maior desconto. É regido pelas Leis nº 14.133/2021 e 10.520/2002, além de priorizar a utilização da versão eletrônica, aumentando a transparência e a concorrência.

Questões

Advogada Mariana Diniz

XL – leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance;

Tradução Jurídica

O leilão é uma modalidade de licitação descrita na Lei nº 14.133/2021, destinada à alienação de bens imóveis (propriedade do ente público) ou de bens móveis que sejam:

  1. Inservíveis: Aqueles que não têm mais utilidade para a Administração Pública, como veículos antigos, equipamentos obsoletos, entre outros.
  2. Legalmente apreendidos: Bens que foram confiscados ou perdidos em favor do Poder Público, como mercadorias contrabandeadas ou veículos recuperados em operações legais.

O leilão tem como critério o maior lance, garantindo a obtenção da melhor oferta financeira.

Características do Leilão

  1. Finalidade:
    • Desfazer-se de bens públicos que não têm mais utilidade ou que foram legalmente apreendidos.
    • Reverter os recursos para os cofres públicos ou para finalidades específicas previstas em lei.
  2. Critério de Julgamento:
    • Maior Lance: Vence o participante que oferecer o maior valor pelo bem leiloado.
  3. Participação:
    • Aberto ao público, permitindo ampla concorrência.
    • A participação deve ser regulada pelo edital que estabelece as condições do leilão.
  4. Condução:
    • Realizado por um leiloeiro oficial ou servidor designado pela Administração Pública.

Exemplo: Imagine que uma prefeitura adquiriu 20 ônibus para transporte escolar há 15 anos. Com o passar do tempo, esses veículos se tornaram obsoletos, gerando altos custos de manutenção. A prefeitura decide substituí-los por novos veículos e, para isso, opta por leiloar os ônibus antigos.

  1. Edital:
    • A prefeitura publica um edital indicando:
      • A descrição detalhada dos ônibus.
      • O valor mínimo de cada bem.
      • Data, local e horário do leilão.
  2. Leilão:
    • No dia do evento, participantes interessados dão lances.
    • Um dos veículos é arrematado por R$ 25.000,00, sendo esse o maior lance.
  3. Resultado:
    • O arrematante efetua o pagamento e recebe o bem.
    • O valor arrecadado é destinado à compra dos novos veículos.

Dicas 

  1. Leilão = Alienação de Bens
    • Lembre-se de que o leilão é uma modalidade específica para vender bens móveis e imóveis, não para contratar serviços ou adquirir produtos.
  2. Critério de Maior Lance
    • Decore que o único critério de julgamento no leilão é o maior lance. Isso o diferencia de modalidades como o pregão, que pode adotar critérios como menor preço ou melhor técnica e preço.
  3. Participação do Leiloeiro
    • Questões podem abordar o papel do leiloeiro oficial ou do servidor público responsável pela condução do leilão.
  4. Conheça os Bens Alienáveis
    • Pode ser exigido que o candidato identifique quais tipos de bens podem ser alienados via leilão:
      • Bens imóveis: terrenos, prédios públicos desativados, etc.
      • Bens móveis: veículos, maquinários, mercadorias apreendidas.

Legislação Correlata

  • Art. 6, inciso XL da Lei nº 14.133/2021 define o leilão.
  • Os procedimentos detalhados para o leilão constam nos artigos posteriores da mesma lei.
  • Outras normas, como a Lei nº 8.666/1993 (para processos mais antigos), também previam o leilão, mas foram substituídas pela nova legislação.

Resumo: O leilão é a modalidade de licitação usada exclusivamente para a alienação de bens públicos, móveis ou imóveis, que sejam inservíveis ou apreendidos, utilizando o critério do maior lance. É uma forma prática de transformar bens ociosos ou apreendidos em recursos financeiros, contribuindo para a eficiência administrativa.

Questões

Advogada Mariana Diniz

XXXIX – concurso: modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor;

Tradução Jurídica

O concurso é uma modalidade de licitação prevista na Lei nº 14.133/2021 utilizada para a escolha de trabalhos técnicos, científicos ou artísticos. Nesta modalidade, o critério de julgamento é a melhor técnica ou o melhor conteúdo artístico, com o objetivo de conceder um prêmio ou remuneração ao vencedor.

Características Principais do Concurso

  1. Objetivo:
    • Escolher trabalhos técnicos, científicos ou artísticos de alta qualidade.
    • Premiar ou remunerar o autor do trabalho vencedor.
  2. Participação:
    • Pode envolver profissionais ou pessoas físicas, conforme as regras estabelecidas no edital.
    • Normalmente utilizado em projetos que demandam criatividade ou inovação.
  3. Critério de Julgamento:
    • Melhor Técnica: Aplica-se quando o trabalho avaliado precisa de rigor técnico (exemplo: estudos científicos).
    • Conteúdo Artístico: Usado para obras com apelo criativo ou estético (exemplo: projetos arquitetônicos, obras de arte).
  4. Premiação:
    • O vencedor recebe um prêmio em dinheiro, um contrato futuro, ou outra forma de remuneração.

Exemplo 1 – Projeto Arquitetônico

Imagine que uma prefeitura deseja construir um novo prédio para um centro cultural e decide utilizar a modalidade de concurso para selecionar o melhor projeto arquitetônico.

  1. Edital: A Administração Pública publica um edital com:
    • Os objetivos e diretrizes do projeto.
    • As condições de participação.
    • O valor do prêmio e os critérios de julgamento.
  2. Participação:
    • Arquitetos e escritórios de arquitetura se inscrevem e apresentam seus projetos.
  3. Julgamento:
    • Uma comissão técnica avalia os projetos com base em critérios como:
      • Estética: Beleza e integração ao ambiente.
      • Funcionalidade: Uso eficiente do espaço.
      • Viabilidade: Facilidade de construção e custos.
  4. Resultado:
    • O melhor projeto é escolhido, e o autor recebe o prêmio e, em alguns casos, o contrato para desenvolver o projeto executivo.

Exemplo 2 – Concurso Literário

Um Ministério da Cultura deseja incentivar a produção literária e lança um concurso nacional para selecionar o melhor romance inédito.

  1. Edital: Define os requisitos:
    • Quem pode participar (escritores nacionais ou residentes no país).
    • Tema ou gênero do romance.
    • Prêmio em dinheiro para o vencedor e possíveis finalistas.
  2. Participação:
    • Escritores submetem suas obras anonimamente para evitar favoritismo.
  3. Julgamento:
    • Um júri de especialistas analisa as obras e escolhe a melhor com base em critérios como originalidade, qualidade da escrita e impacto cultural.
  4. Resultado:
    • O autor da obra vencedora recebe o prêmio e, possivelmente, um contrato com uma editora.

Dicas 

  1. Associe ao Prêmio ou à Remuneração: Sempre lembre que o concurso é uma modalidade voltada para trabalhos específicos que envolvem criação intelectual e que culmina na concessão de um prêmio. Essa informação é crucial para diferenciar o concurso de outras modalidades, como pregão ou concorrência.
  2. Foco na Criatividade e Técnica: Lembre-se de que o concurso está atrelado à escolha do melhor trabalho técnico (ex.: estudos, projetos) ou artístico (ex.: pinturas, música).
  3. Comissão Julgadora: Questões podem abordar a composição e papel da comissão julgadora, que deve ser formada por especialistas na área do concurso.
  4. Diferença entre Modalidades: Treine para diferenciar o concurso de outras modalidades, especialmente a concorrência, que é usada para obras ou serviços. O concurso foca no resultado de um trabalho técnico ou artístico, não na execução de serviços.

Resumo: O concurso é uma modalidade de licitação voltada para trabalhos técnicos, científicos ou artísticos. O critério de julgamento baseia-se na melhor técnica ou no conteúdo artístico, e o vencedor recebe um prêmio ou remuneração. Essa modalidade destaca-se por incentivar a criatividade e a inovação na solução de problemas ou no atendimento de demandas da Administração Pública.

Questões

Advogada Mariana Diniz

e) maior desconto;

Tradução Jurídica

O critério de maior desconto é uma das formas de julgamento das propostas em uma licitação pública, prevista na Lei nº 14.133/2021, e é utilizado principalmente para a aquisição de bens ou serviços em que o principal objetivo da licitação é obter o desconto máximo possível sobre os preços ofertados inicialmente, dentro dos limites da proposta apresentada.

Como Funciona o Critério de Maior Desconto?

No critério de maior desconto, os licitantes apresentam propostas de preços, e, a partir dessas propostas, a Administração Pública seleciona a que oferece o maior desconto sobre o valor de referência estipulado pelo órgão público.

  • O que é o “valor de referência”? O valor de referência é um preço estimado pela Administração Pública, com base em estudos preliminares, ou o preço inicialmente proposto para o objeto a ser contratado.
  • Como é calculado o maior desconto? O maior desconto é calculado levando em conta a diferença entre o valor de referência e o preço apresentado pelo licitante. A proposta que oferecer o maior desconto em relação ao preço de referência será a vencedora.

Este critério é muito utilizado em casos em que a Administração Pública tem um valor estipulado para a aquisição de determinado bem ou serviço, e deseja obter o melhor preço possível, sem comprometer a qualidade.

Exemplo 1 – Licitação para Compra de Materiais de Escritório

Imaginemos que a Administração Pública precisa adquirir materiais de escritório (canetas, papéis, grampeadores, etc.) para um órgão governamental e estabelece um valor de referência de R$ 100.000,00 para a compra.

As empresas interessadas apresentam propostas com preços distintos para os materiais:

  • Empresa A: propõe um preço de R$ 90.000,00.
  • Empresa B: propõe um preço de R$ 95.000,00.
  • Empresa C: propõe um preço de R$ 85.000,00.

Nesse caso, o critério de maior desconto seria utilizado para determinar qual empresa oferece a maior redução de preço em relação ao valor de referência.

  • A Empresa A oferece um desconto de 10% sobre o valor de referência (100.000 – 90.000 = 10.000).
  • A Empresa B oferece um desconto de 5% sobre o valor de referência (100.000 – 95.000 = 5.000).
  • A Empresa C oferece um desconto de 15% sobre o valor de referência (100.000 – 85.000 = 15.000).

Portanto, a Empresa C é a vencedora, pois oferece o maior desconto (R$ 15.000,00) em relação ao valor de referência, que equivale a um desconto de 15%.

Quando o Critério de “Maior Desconto” é Utilizado?

Esse critério é geralmente utilizado em situações em que a Administração Pública deseja:

  • Reduzir custos de forma significativa.
  • Adquirir bens ou serviços que possuem preços de mercado bem estabelecidos, como materiais de escritório, serviços de limpeza, transporte, etc.
  • Obter o melhor preço possível para um objeto de licitação, desde que as condições de qualidade, entrega e prazo sejam atendidas.

É muito comum em licitações para compras em larga escala, prestação de serviços simples ou contratos em que os preços de mercado são bem definidos e a Administração Pública deseja simplesmente maximizar a economia.

Dicas

  1. Entenda o Contexto da Licitação: Saber quando aplicar o critério de “maior desconto” é essencial para resolver questões de concursos. Esse critério é muito comum em compras e serviços simples, onde o valor de mercado é facilmente identificado.
  2. Destaque o Valor de Referência: Lembre-se de que o valor de referência é o ponto de partida para calcular o desconto. O licitante que oferecer o maior desconto em relação a esse valor será o vencedor.
  3. Fique atento ao tipo de objeto: O critério de maior desconto é mais comum em licitações de bens de consumo ou serviços de rotina. É importante identificar esses detalhes nas questões.
  4. Fique atento às variações no preço de mercado: Em licitações para serviços que envolvem especificações técnicas ou diferentes modalidades de execução, a análise do maior desconto pode ser mais complexa. Estude bem o conteúdo para entender quando o critério é aplicável.

Resumo: O critério de maior desconto é utilizado em licitações para a aquisição de bens ou serviços quando o objetivo é obter a maior redução possível no preço, em relação ao valor de referência previamente estabelecido pela Administração Pública. A proposta que oferece o maior desconto será a vencedora. Esse critério é comum em licitações para a compra de materiais ou serviços simples, e é uma maneira eficaz de garantir o melhor preço para a Administração Pública.

Questões

Advogada Mariana Diniz

d) maior retorno econômico;

Tradução Jurídica

O critério de maior retorno econômico é um dos métodos de avaliação que pode ser utilizado para julgar as propostas em uma licitação. Esse critério é baseado no valor econômico gerado pelo contrato para a Administração Pública, ou seja, o foco não está apenas no menor preço ou na melhor técnica, mas na análise do impacto financeiro global da proposta ao longo do tempo.

Este critério é frequentemente utilizado em contratos de concessão ou parcerias público-privadas (PPPs), onde a Administração Pública busca maximizar os benefícios econômicos de um determinado projeto ou serviço ao longo de seu ciclo de vida.

Como Funciona o Critério de “Maior Retorno Econômico”?

  1. Avaliando o Retorno Econômico: O maior retorno econômico pode envolver a análise de valores financeiros futuros, como pagamentos a serem realizados ao longo do contrato, descontos oferecidos, geração de receita ou economia de custos. A proposta que oferece o maior benefício econômico ao poder público, considerando todo o período do contrato, será a vencedora.
  2. Aplicações Comuns: Esse critério é frequentemente utilizado em concessões de serviços públicos, contratos de longo prazo, ou modelos de parcerias público-privadas, onde o retorno financeiro a ser obtido pelo poder público ao longo do tempo é um fator crucial.
  3. Exemplo Prático: Imagine que o governo federal realiza uma licitação para a concessão de um aeroporto. Nesse tipo de licitação, o critério de maior retorno econômico pode ser adotado, e os licitantes devem apresentar propostas que tragam o maior benefício financeiro para a Administração Pública, ao longo de, por exemplo, 30 anos.

    O retorno econômico pode ser medido por taxas de concessão, percentuais sobre a receita gerada, investimentos a serem realizados pelo concessionário, entre outros fatores. A proposta que garantir ao governo o maior valor de retorno, levando em conta todos esses fatores financeiros e operacionais, será a vencedora.

  4. Fatores Considerados:
    • Taxas de concessão (quanto o licitante pagará ao governo durante o contrato).
    • Percentual de faturamento: Percentual sobre a receita obtida pelo serviço, que será repassado à Administração Pública.
    • Investimentos comprometidos pelo licitante para a melhoria ou expansão de serviços, infraestrutura, etc.
    • Economia de custos: Projetos que envolvem a melhoria na eficiência do serviço ou a redução de custos para o governo.

Exemplo de Aplicação em Concessões

Vamos supor que o governo do estado de São Paulo queira conceder a gestão de rodovias para uma empresa privada. A licitação adota o critério de maior retorno econômico, considerando a percentagem do lucro que a empresa concessionária irá compartilhar com o governo, e o valor dos investimentos que a empresa se comprometerá a realizar para melhorar a infraestrutura das rodovias ao longo do contrato.

As propostas dos licitantes são avaliadas levando em consideração:

  • Quanto cada empresa irá pagar ao governo em taxas anuais, ao longo do contrato.
  • O quanto cada empresa se comprometerá a investir na manutenção e expansão das rodovias.
  • O retorno financeiro da concessão ao estado, em termos de percentual de receita gerada pela pedágio ou outros serviços.

A proposta que oferecer o maior valor para o governo, considerando tanto as taxas a serem pagas quanto os investimentos realizados, será a vencedora.

Quando Utilizar o Critério de “Maior Retorno Econômico”?

Esse critério é mais adequado para:

  • Concessões de serviços ou obras de longo prazo, onde o governo deseja maximizar os ganhos financeiros ao longo do tempo.
  • Parcerias Público-Privadas (PPPs), especialmente em projetos de infraestrutura, onde o retorno financeiro do contrato é relevante.
  • Contratos em que a economia de custos e o retorno financeiro global sejam fatores decisivos para a administração pública.

Dicas 

  1. Compreenda os Critérios de Julgamento: Estude os diferentes critérios de julgamento de propostas, incluindo o maior retorno econômico, e saiba quando e como ele pode ser utilizado.
  2. Foque nos Exemplos Práticos: Se prepare para questões que exigem a interpretação de cenários práticos, como concessões e PPPs, onde o retorno econômico pode ser determinante para a escolha do vencedor.

Resumo: O critério de maior retorno econômico é uma metodologia de avaliação utilizada em licitações, especialmente em concessões e parcerias público-privadas (PPPs). Ele busca identificar a proposta que trará o maior benefício econômico para a Administração Pública ao longo do tempo. Esse critério considera o valor monetário de propostas, investimentos futuros, taxas de concessão e outros fatores financeiros, assegurando que o projeto traga o maior retorno ao governo.

Questões

Advogada Mariana Diniz

XXXVII – produto manufaturado nacional: produto manufaturado produzido no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

Tradução Jurídica

O art. 6, XXXVII da Lei nº 14.133/2021 define o conceito de produto manufaturado nacional, que é aquele fabricado dentro do território nacional, seguindo processos produtivos básicos ou as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal.

Um produto manufaturado nacional é um bem fabricado no Brasil, cujos processos de produção estão em conformidade com as normas e diretrizes estabelecidas pelo governo federal, incluindo os processos de origem e fabricação. Isso significa que o produto deve ser fabricado no território nacional, com insumos e técnicas que atendam aos padrões e regulamentos definidos pelas autoridades competentes.

Características do Produto Manufaturado Nacional

  1. Produção Nacional: O produto deve ser fabricado no Brasil. Isso inclui a produção de bens em qualquer setor da indústria nacional, como alimentos, vestuário, equipamentos eletrônicos, entre outros.
  2. Processo Produtivo Básico: A produção deve seguir as diretrizes estabelecidas pelo governo federal para garantir que o produto seja considerado como de origem nacional. Essas diretrizes podem envolver processos de fabricação, montagem ou transformação de materiais e componentes que garantam que o produto tenha um vínculo significativo com a indústria brasileira.
  3. Regras de Origem: As regras de origem são normas estabelecidas pelo governo federal que determinam os critérios para classificar um produto como sendo de origem nacional. Isso pode envolver a quantidade de insumos locais utilizados, a transformação substancial do produto ou a mão-de-obra nacional empregada na produção.

Exemplo 1: Automóveis Fabricados no Brasil

Um carro produzido por uma montadora no Brasil é considerado um produto manufaturado nacional, desde que seja montado dentro do território brasileiro, com componentes que atendam aos processos produtivos básicos e às regras de origem estabelecidas pelo governo. A produção local, a utilização de componentes de origem nacional e a transformação substancial do produto são fatores que determinam sua classificação como manufaturado nacional.

Exemplo 2: Computadores Fabricados no Brasil

Uma empresa brasileira que fabrica computadores no Brasil, usando placas-mãe e outros componentes locais, seguindo as normas do governo federal, também produzirá um produto manufaturado nacional. Esse produto atende aos critérios de produção nacional e processos de origem definidos pelo Poder Executivo federal.

Exemplo 3: Roupas Feitas no Brasil

Roupas fabricadas em fábricas de confecções brasileiras, usando tecidos e materiais produzidos no Brasil, também são produtos manufaturados nacionais. A utilização de insumos locais e a fabricação dentro do território nacional são condições para que o produto se enquadre na categoria de produto manufaturado nacional.

Importância do Produto Manufaturado Nacional

A definição de produto manufaturado nacional é essencial para o incentivo à indústria local e à preservação do mercado de trabalho no Brasil. Quando o governo estabelece regras claras para a produção nacional, ele fortalece a economia e estímulos à competitividade da indústria brasileira, além de garantir a qualidade e o controle sobre a produção de bens essenciais para o consumo interno ou para exportação.

Dicas 

  1. Entenda as Regras de Origem: Em concursos, questões podem cobrar a compreensão das regras de origem que definem se um produto é de origem nacional ou não. Estude como o governo federal define essas regras e sua importância para a indústria nacional e a concorrência no mercado.
  2. Pesquise Exemplos Práticos: Ao se preparar para questões sobre produto manufaturado nacional, busque exemplos práticos de indústrias que fabricam bens no Brasil, como automóveis, eletrônicos e roupas, para entender como a produção local é regulamentada.
  3. Estude as Políticas de Incentivo à Produção Nacional: Além da Lei de Licitações, há políticas públicas voltadas para a valorização de produtos manufaturados no Brasil, como a Política de Desenvolvimento Produtivo. Estude as vantagens fiscais e regulatórias que o governo oferece para incentivar a produção nacional.

Resumo: O produto manufaturado nacional é aquele fabricado no Brasil, conforme processos de produção e as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal. A definição e a regulamentação desse conceito são importantes para garantir a competitividade da indústria brasileira e a qualidade dos bens produzidos no país. Exemplos incluem automóveis, roupas e eletrônicos fabricados no Brasil, com a utilização de insumos locais. Este conceito é essencial para o funcionamento das licitações públicas e incentivos à produção local.

Questões

Advogada Mariana Diniz

XXXVI – serviço nacional: serviço prestado em território nacional, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

Tradução Jurídica

O art. 6, XXXVI da Lei nº 14.133/2021 define o conceito de serviço nacional, que se refere a serviços prestados dentro do território brasileiro, com as condições e regulamentações estabelecidas pelo Poder Executivo Federal.

Serviço nacional é qualquer tipo de serviço prestado em solo brasileiro que deve seguir as normas e diretrizes definidas pelo Poder Executivo federal, ou seja, o governo federal estabelece as condições sob as quais os serviços serão oferecidos. Isso pode envolver serviços públicos essenciais ou específicos, como a prestação de energia elétrica, telecomunicações, serviços postais, entre outros, que, embora realizados por empresas privadas ou públicas, estão sob a regulamentação e fiscalização do governo federal.

Características do Serviço Nacional

  1. Território Nacional: O serviço é prestado dentro do Brasil, ou seja, ele não envolve serviços prestados fora do país.
  2. Regulamentação Federal: As condições de como o serviço será prestado são determinadas pelo Poder Executivo federal. Ou seja, o governo tem o papel de estabelecer as regras e normas para que o serviço seja realizado conforme o interesse público e a legislação vigente.
  3. Diversidade de Serviços: O conceito de serviço nacional pode ser aplicado a uma vasta gama de atividades, incluindo, por exemplo, serviços públicos essenciais (como fornecimento de água, energia elétrica, serviços postais) ou outros tipos de serviços especializados que o governo considere de interesse público.

Exemplo 1: Serviço Postal Nacional

A empresa pública Correios realiza a distribuição de correspondências em todo o território brasileiro. Embora seja uma empresa estatal, o serviço prestado pelos Correios é considerado um serviço nacional, pois o governo federal estabelece as regras para sua operação, incluindo as tarifas, a abrangência do serviço e a forma como ele deve ser prestado à população.

Exemplo 2: Serviços de Energia Elétrica

A prestação de energia elétrica é realizada por várias empresas, mas é regulada pelo Poder Executivo federal por meio de agências como a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O fornecimento de energia, portanto, é considerado um serviço nacional porque está sujeito às normas federais que garantem o acesso da população a esse serviço básico e essencial, além da regulação dos preços e da qualidade do fornecimento.

Exemplo 3: Serviço de Telecomunicações

As empresas que prestam serviços de telefonia, internet e TV por assinatura também operam sob a regulamentação do governo federal, por meio da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). O governo estabelece as condições para garantir que esses serviços sejam acessíveis e de qualidade para a população, tornando-os, portanto, serviços nacionais.

Importância do Serviço Nacional

A regulamentação de serviços nacionais é essencial para garantir que serviços públicos fundamentais, como educação, saúde, transporte, energia e comunicação, sejam prestados de maneira adequada e eficiente em todo o Brasil, com qualidade e acesso igualitário para todos os cidadãos.

Dicas 

  1. Estude as Definições Básicas: Em concursos, o conceito de serviço nacional pode ser cobrado de forma direta ou indireta. Saber o que caracteriza um serviço nacional e sua regulação pelo Poder Executivo federal pode ser uma chave para acertar questões relacionadas à gestão pública e regulamentação de serviços.
  2. Conheça Exemplos Práticos: Prepare-se para identificar exemplos de serviços nacionais em contextos mais amplos, como energia, saúde, telecomunicações, educação, etc., e compreender sua relação com as políticas públicas federais.
  3. Fique Atento a Novidades: Caso esteja se preparando para um concurso que envolva a administração pública, fique atento a atualizações sobre o serviço nacional, pois o governo pode criar novas normas ou agências reguladoras para serviços que são considerados nacionais.

Resumo: O serviço nacional é um serviço prestado em território brasileiro, cuja regulamentação e condições são estabelecidas pelo Poder Executivo federal. Esses serviços podem ser públicos ou privados e são regidos por agências reguladoras ou outras entidades governamentais, com o objetivo de garantir sua qualidade e acessibilidade à população. Exemplo disso são os serviços de energia elétrica, telecomunicações e correios, que são essenciais para o funcionamento da sociedade e seguem as normas federais.

Questões

Advogada Mariana Diniz

XXXV – licitação internacional: licitação processada em território nacional na qual é admitida a participação de licitantes estrangeiros, com a possibilidade de cotação de preços em moeda estrangeira, ou licitação na qual o objeto contratual pode ou deve ser executado no todo ou em parte em território estrangeiro;

Tradução Jurídica

O art. 6, XXXV da Lei nº 14.133/2021 define a licitação internacional como um processo licitatório que ocorre em território nacional, mas que permite a participação de licitantes estrangeiros, ou em que o objeto do contrato pode ou deve ser executado, no todo ou em parte, fora do Brasil. Esse tipo de licitação visa promover a competição internacional, oferecendo mais opções de fornecedores e aumentando as chances de obtenção de propostas mais vantajosas para a Administração Pública.

A licitação internacional pode ocorrer em duas situações principais:

  1. Participação de Licitantes Estrangeiros: A licitação é realizada dentro do Brasil, mas permite que empresas ou fornecedores estrangeiros participem do processo licitatório, apresentando propostas para fornecer bens, serviços ou realizar obras para o governo brasileiro.
  2. Execução do Objeto no Exterior: Em alguns casos, o objeto da licitação (como obras, serviços ou fornecimento de produtos) pode ser realizado total ou parcialmente fora do território nacional. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando a licitação envolve projetos internacionais ou aquisições de produtos ou serviços específicos que são fabricados ou realizados em outros países.

Características e Exemplo de Licitação Internacional

1. Participação de Licitantes Estrangeiros

Exemplo: Um órgão público brasileiro realiza uma licitação para a aquisição de equipamentos médicos de alta tecnologia. No entanto, devido à complexidade e especificidade dos produtos, o processo licitatório é internacional, permitindo que empresas estrangeiras participem e apresentem suas propostas, mesmo que não tenham sede no Brasil.

Características:

  • Licitantes de qualquer nacionalidade podem participar.
  • A Administração pode receber propostas em moeda estrangeira, o que torna a negociação mais flexível em termos de pagamento e câmbio.
  • O processo licitatório segue as normas nacionais (Lei 14.133/2021), mas com a possibilidade de adaptar certos aspectos, como cotação em moeda estrangeira e ajustes fiscais para a importação de bens.

2. Execução do Objeto no Exterior

Exemplo: O Brasil decide contratar uma empresa internacional para realizar um projeto de infraestrutura no exterior. A licitação brasileira, portanto, não é apenas para a execução no Brasil, mas também para a execução de obras em outro país, como parte de uma parceria internacional de desenvolvimento de infraestruturas em outra nação.

Características:

  • O objeto da licitação pode envolver execução fora do Brasil, como na construção de estruturas internacionais, como pontes, usinas ou redes de comunicação em outros países.
  • A empresa contratada pode precisar cumprir com as normas internacionais de construção ou operação, além das exigências brasileiras.

Vantagens da Licitação Internacional

  1. Aumento da Competição: Ao permitir que empresas estrangeiras participem, o processo licitatório aumenta a competição, o que pode resultar em ofertas mais vantajosas para o poder público, seja no preço ou nas condições de execução.
  2. Acesso a Tecnologias Avançadas: Muitas vezes, empresas estrangeiras trazem tecnologias de ponta ou soluções inovadoras que podem não ser amplamente disponíveis no Brasil.
  3. Cumprimento de Requisitos Específicos: Alguns contratos, como os de infraestrutura internacional, podem exigir expertise ou recursos específicos que só empresas estrangeiras possuem, tornando a licitação internacional necessária.

Exemplo: O Brasil, em parceria com um outro país, decide realizar a construção de uma ponte internacional que ligará os dois países. Para garantir que o projeto seja executado com os padrões técnicos mais elevados, a licitação é internacional, permitindo que empresas de vários países apresentem suas propostas para a execução da obra.

Destaques:

  • A licitação será conduzida dentro do Brasil, mas empresas internacionais podem participar, pois é um projeto de grande interesse internacional.
  • O valor da proposta pode ser cotado em moeda estrangeira, e a empresa contratada terá que executar a obra fora do Brasil.
  • Esse tipo de licitação é muito comum em grandes projetos de infraestrutura que envolvem colaboração entre governos de diferentes países.

Dicas 

  1. Entenda o Conceito de Licitação Internacional: Em concursos, é importante saber que a licitação internacional pode envolver participação de empresas estrangeiras ou execução do contrato no exterior. Ambos os aspectos podem ser questionados nas provas.
  2. Saiba as Situações de Licitação Internacional: As licitações internacionais são comuns em grandes contratos de infraestrutura e aquisição de tecnologia de ponta, por exemplo. Estude como essas situações são tratadas e como podem ser aplicadas na prática.
  3. Atenção aos Termos: O conceito de “cotação em moeda estrangeira” e “execução fora do território nacional” são importantes para entender as especificidades de uma licitação internacional. Lembre-se de que essas licitações podem envolver ajustes cambiais e regulações internacionais.
  4. Estude os Procedimentos de Licitação Internacional: Para a licitação internacional, o procedimento é o mesmo das licitações nacionais, mas com a inclusão da possibilidade de participação de empresas estrangeiras e da execução do objeto fora do Brasil.
  5. Regras de Adaptação: As licitações internacionais podem ter regras adicionais para adaptar a norma nacional à realidade internacional. Preste atenção aos detalhes que diferenciam uma licitação comum de uma internacional.

Resumo: A licitação internacional é uma modalidade prevista na Lei nº 14.133/2021 (art. 6, XXXV), que permite a participação de licitantes estrangeiros ou que tenha execução no exterior. Esse regime é usado quando o contrato de fornecimento ou execução de obras/serviços envolve uma competição internacional ou precisa ser realizado fora do Brasil. Ela tem como objetivo garantir concorrência mais ampla, acesso a tecnologias avançadas e parcerias internacionais para grandes projetos de interesse público.

Questões

Advogada Mariana Diniz

XXXIV – fornecimento e prestação de serviço associado: regime de contratação em que, além do fornecimento do objeto, o contratado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou ambas, por tempo determinado;

Tradução Jurídica

O art. 6, XXXIV da Lei nº 14.133/2021 define o regime de contratação de fornecimento e prestação de serviço associado, no qual a empresa contratada não apenas fornece o objeto (como bens, materiais ou equipamentos), mas também assume a responsabilidade pela operação e/ou manutenção do objeto fornecido, por um período determinado.

Neste regime, o contratante estabelece um acordo com o contratado que vai além do simples fornecimento de bens ou materiais. O contratado, além de entregar o objeto acordado, também assume responsabilidades relacionadas ao funcionamento contínuo ou à manutenção do item fornecido, durante um período previamente determinado. Isso implica que o contratado pode ser responsável pela operação ou pela manutenção do objeto enquanto ele estiver sob contrato.

Características:

  1. Fornecimento do Objeto: O contratado deve fornecer os bens ou materiais necessários para que o objeto do contrato seja entregue conforme especificado. Esse fornecimento pode incluir bens duráveis, como equipamentos, ou materiais de consumo, como insumos para serviços continuados.
  2. Operação e Manutenção: Além de fornecer o objeto, o contratado é responsável por operá-lo, ou seja, garantir que o objeto esteja funcionando de acordo com os padrões estabelecidos. Em alguns casos, ele também é encarregado da manutenção desse objeto durante o período do contrato.
  3. Período Determinado: A responsabilidade do contratado pela operação ou manutenção do objeto é por um período previamente estabelecido no contrato, o que dá ao contratante uma garantia de que o objeto será mantido e operado adequadamente durante esse tempo.

Exemplo 1: Fornecimento e Manutenção de Equipamentos de Tecnologia

Imaginemos que um órgão público precise de equipamentos de informática para um projeto, mas, além do fornecimento dos computadores e servidores, o órgão também precisa que a empresa contratada realize a manutenção desses equipamentos por um determinado período (por exemplo, 2 anos).

Neste caso, a empresa contratada não apenas entregaria os equipamentos, mas também ficaria responsável pela manutenção de todos os equipamentos durante o período de 2 anos, garantindo que os servidores continuem operando de forma eficaz, substituindo peças quando necessário e realizando ajustes para manter os sistemas operando corretamente. O contrato especificaria que, ao final do período, a manutenção não seria mais de responsabilidade da contratada, a não ser que fosse renovado o contrato.

Exemplo 2: Fornecimento e Operação de Sistema de Iluminação Pública

Em outra situação, um município pode contratar uma empresa para fornecer e instalar um sistema de iluminação pública nas ruas da cidade. Mas, além disso, a empresa seria responsável pela operação e manutenção do sistema de iluminação por um período de 5 anos. Isso inclui não só a instalação das lâmpadas, mas também garantir que as lâmpadas funcionem continuamente, substituindo aquelas que se queimarem e realizando reparos necessários durante o período do contrato.

O contratado seria responsável pela manutenção preventiva e corretiva, assegurando que o sistema de iluminação funcione adequadamente durante o período acordado. Após esse tempo, a responsabilidade pela manutenção poderia passar de volta para o município ou ser renovada com novo contrato.

Características da Prestação de Serviço Associado

  • Serviço Continuado: O contrato de fornecimento e serviço associado é ideal para situações em que o fornecimento do objeto exige manutenção contínua ou operação ao longo do tempo. Por exemplo, sistemas de energia elétrica, sistemas de climatização, ou equipamentos médicos em hospitais públicos.
  • Responsabilidade por Desempenho: O contratado tem a responsabilidade de manter o objeto fornecido em condições adequadas de operação. Por exemplo, se um fornecedor de máquinas de impressão para um hospital também for responsável pela manutenção contínua das máquinas durante um período, ele deve garantir que as máquinas funcionem adequadamente, com substituição de peças e reparos necessários.

Dicas

Quando se prepara para concursos públicos, é importante entender como a Lei nº 14.133/2021 trata os diferentes regimes de contratação. Para o regime de fornecimento e prestação de serviço associado, aqui estão algumas dicas:

  1. Entenda o Conceito de “Serviço Associado”: Este regime de contratação implica que, além de fornecer um bem ou serviço, a empresa contratada também é responsável por garantir a operação ou manutenção do bem fornecido por um período determinado. Este conceito pode ser testado em questões que tratam da extensão da responsabilidade do contratado.
  2. Exemplos Práticos: Ao estudar para concursos, tente visualizar exemplos do mundo real, como contratos de fornecimento de equipamentos que exigem manutenção contínua ou contratos de sistemas de tecnologia que devem ser mantidos operacionais durante a vigência do contrato.
  3. Relevância para Concursos: Esse regime de contratação pode ser exigido em provas que cobrem contratos administrativos, especialmente em questões que envolvem gestão pública, infraestrutura e serviços continuados. Lembre-se de que contratos de fornecimento e serviço associado são comuns em áreas como saúde pública, educação e infraestrutura urbana.
  4. Diferença entre “Fornecimento” e “Serviço Associado”: A principal diferença é que, no fornecimento o contratado apenas entrega o objeto, enquanto no fornecimento com serviço associado ele assume a responsabilidade de operar ou manter o bem durante a vigência do contrato.

Resumo: A contratação de fornecimento e prestação de serviço associado ocorre quando a empresa contratada não só fornece o objeto do contrato, mas também assume a responsabilidade pela sua operação e/ou manutenção, por um período determinado. Este regime é utilizado para contratos que envolvem bens ou serviços que exigem funcionamento contínuo ou manutenção ao longo do tempo. A Lei nº 14.133/2021 regulamenta essa modalidade, no art. 6, XXXIV, e é uma questão importante para provas que cobrem contratos administrativos.

Questões

Advogada Mariana Diniz